segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Commune by the Great Wall

Commune by the Great Wall, http://www.commune.com.cn/, é mais do que um simples hotel perdido nas montanhas de Shuiguan, Badaling, a uns 90 quilómetros a norte de Beijing, ao lado de um dos troços mais famosos, e visitados, da muralha da China, construído na dinastia Ming.


Aproveitando a abertura da China à livre iniciativa privada, o casal Zhang Xin e Pan Shiyi, Soho China Ltd., investiu nesta área adquirindo um espaço enorme numa zona densamente arborizada e que incorpora cerca de 600 metros privativos da muralha.


Onze casas e um club/SPA, desenhados por doze diferentes arquitectos asiáticos, escolhidos a dedo pela dinâmica Zhang Xin, nascida no início da revolução cultural de Mao e que após uma difícil adolescência em Hong Kong foi estudar para Cambridge e chegou a trabalhar em Wall Street, e Yung-Ho Chang, um dos mais interessantes arquitectos chineses, actualmente professor na universidade de Beijing, cuidadosamente inseridos numa paisagem densamente arborizada, que os integra e camufla, fazem do local um espaço de reflexão, de repouso absoluto.



Este projecto da Commune foi exibido na bienal de arquitectura de Veneza em 2002 que atribuiu um prémio a Zhang Xin pela sua “ousadia” em criar um espaço que, de acordo com as palavras da promotora, pretendia criar um museu vivo de arquitectura contemporânea asiática.



Todo o complexo é desenhado ao mais ínfimo pormenor. As ruas, a sinalética, a iluminação, a integração das construções na paisagem, os jardins, o design de equipamento contemporâneo, quase todo autoria de famosos designers ocidentais, e, claro está, a inegável qualidade dos projectos de arquitectura. Para além disso, o serviço é muito simpático e cordial, prestável, ou resumindo numa só palavra, excelente. O espaço dos pequenos-almoços, rematado por uma grande esplanada em cima da vegetação, fica numa encosta virada para a muralha da china e a vista, acreditem, é soberba.


Um dos passeios que é obrigatório fazer-se é a subida, por um íngreme caminho, estreito e escorregadio, até ao troço da muralha que pertence ao hotel. Contrariamente ao que acontece quando se visita a muralha perto de Beijing esta secção, que é privada, não tem magotes de turistas a interferir com o ambiente. A vista desta zona é soberba, a calma profunda e o dia passa como se não existisse mais nada para além da contemplação dos quilómetros e quilómetros daquele engenhoso aglomerado de pedras. Há que levar uma lancheira, que inclui acepipes diversos, champanhe e respectivas taças, fornecida pelo hotel, para se usufruir do dia na sua plenitude. Só por este passeio vale a pena vir aqui a este cantinho perdido na imensidão da China.        



fotos: migalha, lda

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